“A moda é também a busca de uma nova linguagem, para derrubar a antiga, uma maneira de cada geração renegar a precedente e distinguir-se dela (pelo menos numa sociedade em que exista conflito de geração).” (Fernand Braudel, Civilização material, economia e capitalismo)
É inegável que o ato de vestir-se é também associado a uma expressão de distinção seja ela ideológica, sexual, étnica ou social. Assim o vestuário ao percorrer os caminhos da humanidade ganhou também um caráter de diferenciação social entre os membros de determinada sociedade, sendo então uma forma de comunicação não verbal.
Durante a década de 1960 um movimento de ruptura ocorria no interior da sociedade ocidental (nos EUA o movimento pacifista, na França a Revolução Estundantil, no Brasil de certa também podemos encaixar a resistência, sobretudo da juventude contra a ditadura militar). Desta forma essa geração buscou confrontar valores da geração anterior, o flower power buscou manifestar-se contra a intolerância, o racismo e a guerra. Novos padrões de vestimentas foram estimulados para a experimentação e imaginação, rompendo com a monocromia dos tecidos, surge o tié-dye (pode me chamar de cafona, mas eu amo um tie-dye), e o estímulo ao do it yourself, que atualmente toma conta da cena. Elementos naturais, passam a integrar as roupas e novos padrões de estamparia surgem.
Eu não posso negar que esse feeling folk-hippie é fortemente ligado a formação da minha personalidade, quando eu estava no final da minha adolescência e início da minha vida adulta (será que sou adulta?), ou seja, quando eu tomava forma do que realmente sou hoje; entrei em contato com essa filosofia de vida, que me agrada muito (tanto que tenho gravado na pele). Passei então fase de arrastar os saiões, dos brincos de penas, cabelos compridos. Cortei o meu cabelo e barra das saias subiu um pouco, mas ainda assim sou um tanto “maluca” (na gíria do maluco). E sou fávoravel que os adolescentes leiam mais Na Estrada do Jack Kerouac e menos sagas vampirescas.
Recentemente nas passarelas pelo mundo viu-se um ressurgimento (sob novos conceitos) de elementos do folk style e também do hippe style (que para mim são muito parecidos e conectados). Elementos naturais, como as penas de pavão e o couro. Cores terrosas como tons de verde, o caramelo o marrom. Assim como características étnicas as estampas indianas os bordados inspirados em trabalhos indígenas.
Joan Baez
Alguns looks que montei no Polyvore:
O vestido com estampa floridinha, a jaqueta de couro natural assim como as sandálias compõe o visual
O colete bordado e a Ankle Boot dão o ar folk
A bolsa em camurça, o sapato verde e a pulseirinha com o símbolo clássico!
Por que não é preciso deixar o romantismo de lado, a encharpe de estampa indiana, o brindo de pavão e o cinto de couro dão aquele up
Essa bota vermelha dispensa comentários (L)
A boina de crochê a bolsa trabalhada arrematam o look